Custo alto e falta de profissionais especializados no mercado inviabilizam UTI Neonatal no HNSC


Um estudo recente feito pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) concluiu que o Brasil tem uma demanda por 3.305 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal que atendem a crianças recém-nascidas.

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De acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES), atualmente estão disponíveis 8.766 leitos públicos e privados e com essa especialidade em todo o país.


Esses números apontam 2,9 mil leitos por mil nascidos. Um levantamento do Sistema Único de Saúde (SUS) mostra uma queda para 1,5 leitos a cada mil nascidos. A rede pública disponibiliza um total de 4677 vagas.

Há alguns anos foi conseguida uma verba estadual para montagem de uma UTI Neonatal no Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), em Pará de Minas. Porém, o projeto não emplacou e a estrutura está parada.


A população questiona o não funcionamento da unidade que poderia estar salvando as vidas de várias crianças que nascem prematuras ou com complicações graves em toda a microrregião.

Em Itaúna a situação é semelhante, com uma UTI Neonatal pronta e também nunca entrou em funcionamento. Enquanto isso os equipamentos que muito caros estão deteriorando com a ação do tempo.


De acordo com Paulo Duarte, secretário municipal de Saúde de Pará de Minas e interventor do HNSC, é preciso uma equipe especializada para atuar 24 horas numa UTI Neonatal.

O serviço é muito caro e não há profissionais suficientes no mercado para serem contratados. Essas equipes já estão trabalhando em hospitais de grandes centros como Belo Horizonte e o deslocando para o interior é inviável:


Paulo Duarte
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A maternidade do HNSC tem um número de partos pequeno e não gera receitas suficientes para manter a UTI Neonatal. O custo envolvido é muito superior a uma unidade para adultos. Outro problema é a falta de repasses financeiros dos governos federal e estadual:

Paulo Duarte
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Por isso foi decidido que a UTI Neonatal será adaptada para uma estrutura para atender pacientes adultos. Os equipamentos que não estão sendo utilizados serão devolvidos para o Estado:

Paulo Duarte
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A UTI Neonatal da Santa Casa de Formiga é outro exemplo da dificuldade em manter em funcionamento uma unidade dessas. Os médicos estavam com salários atrasados e os atendimentos foram paralisados várias vezes no ano passado.

A entidade alegou que os problemas financeiros foram originados pela falta de repasses de verbas da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Com os altos custos envolvidos, os prejuízos foram muito grandes.

Já a SES informou que recebe R$ 200mil mensais da Rede Resposta com base no cumprimento de metas. Porém, confirmou o atraso em repasses dos últimos meses de 2017.
O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT) já decretou calamidade financeira por meio do decreto de número 47.101, publicado no dia 5 de dezembro de 2016.

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